quinta-feira, 16 de junho de 2011

NOSSOS CICLOS

No último final de semana foi comemorado o dia dos namorados e nas redes sociais a mensagem mais comum era “Eu não passo o dia do índio com um índio, o dia da árvore com uma árvore e nem o dia de finados com um defunto”. Então, logo lembrei que nenhum dos citados é um evento criado pelo comércio. Conforme a Wikipédia: No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho por ser véspera do 13 de Junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro. A data provavelmente surgiu no comércio paulista, quando o publicitário João Dória trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes. A ideia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentin -- que nos países do hemisfério norte ocorre em 14 de fevereiro e é utilizada para incentivar a troca de presentes entre os apaixonados.

É triste perceber que o objetivo era a simples troca de presentes, na verdade, um ato comercial. A discussão até poderia entrar no aspecto capitalista, mas como estamos numa conversa romântica, voltemos ao foco.

Dizem que a paixão dura no máximo dois anos (prazo de validade), mas se analisarmos outras relações, as estatísticas podem ser diferentes. Por quanto tempo dura a paixão pelo seu time de futebol? A vida inteira?  Pois é, tem relação mais incondicional?
E a paixão por aquele (a) cantor (a) ou banda?  Seria mesmo paixão ou simplesmente amor?
E o que você realmente sente por seus amigos? Falo daqueles com quem você divide segredos e constrói relações eternas.  Como disse Mário Quintana:
"A amizade é um comércio desinteressado entre semelhantes" e "A amizade é uma espécie de amor que nunca morre."

Pois bem, já perceberam como tudo na vida acontece em ciclos ou fases? Minha dermatologista ontem me tranquilizou ao explicar que não vou ficar careca, meus cabelos realmente estão indo embora, estão sendo renovados, ou seja, nascem novos e caem velhos. Quase a mesma coisa que acontece com nossas unhas. A natureza é perfeita!

Então, lembrei de uma aula de Administração Pública em que a professora explicava “as fases/os ciclos” da Administração Pública no Brasil e no mundo. Desenhou umas ondas e explicou que, assim como na economia, a Administração passou e passa por ondas similares às fases de vida (nascer, crescer, desenvolver e morrer. Neste caso, começar um novo modelo).
E não é assim em nossas vidas? A fase infantil, adolescente, adulta, da melhor idade... e como não falar na fase estudantil, apaixonada, solteira? Enfim, fases ou ciclos.

O dicionário define fases como cada uma das modificações que se dão em determinadas coisas. E c ciclo do grego kúklos, significando  roda, círculo, forma redondo, coisa disposta em círculo, ou, ainda, série de fenômenos que se sucedem numa ordem determinada.

Conforta saber que há pessoas que estão em quase todas as fases da sua vida, a família é um grande exemplo disso. Mais ainda, lembram dos amigos categoria vida inteira? Pronto! Eles são sempre renovados ao final dos ciclos, percebam que há amigos que possuímos apenas por alguma fase da nossa vida, depois desaparecem pelo mundo, perdemos o contato. Inegavelmente foram amigos naquele ciclo.

No livro Comprometida, de Elizabeth Gilbert (aquela de comer, rezar e amar) ela nos fala da lição ensinada por Felipe (o brasileiro com quem vive) “ ...Todo mundo se apaixona pelos aspectos mais perfeitos da personalidade do outro. Quem não se apaixonaria? Todo mundo consegue amar as partes maravilhosas do outro...O truque é: dá para aceitar os defeitos? Dá para olhar francamente os defeitos do parceiro e dizer: ‘Isso dá pra contonar’. Porque o que é bom estará sempre ali e sempre será bonito e brilhante, mas o lixo que está por trás pode acabar com a gente.”
Então mantemos em todo o nosso ciclo de vida aqueles que conseguimos amar apesar do “lixo” ou além disso.

Em que ciclo você está hoje? Quem faz parte dele? Ele está começando ou terminando?

Pois bem, e a vida não é toda assim? Encerramos um sofrendo ou deixando de sofrer e comemoramos quando isso acontece, então começamos outro e assim seguimos...

Quando já estava para postar este texto, resolvi fazer uma pesquisa sobre o assunto no Dr. Google. E olhem o que ele me apresentou:

“O QUE SÃO CICLOS?

São muros que se rompem, uma hora ou outra. O ciclo vital, o ciclo do petróleo, o ciclo de sucesso ou de fracasso, o ciclo de agonia, o ciclo universitário, o ciclo profissional. Enfim, um período depois do qual só restarão lembranças que marcarão o resto da vida. Ciclos foram feitos para acabar, para serem reverenciados e para refletir.
Todos temos pequenos e médios ciclos, intercalados dentro de um maior, que é a vida. A diversidade deles constitui justamente a prova cabal da necessidade humana por variações. Não há como viver sem tais possibilidades, sem esse dinamismo que alimenta a trajetória a que somos submetidos quando nascemos.” 

E como diz a canção que não precisa de explicações:

“Tudo na vida passa como mágica...”


Viva seu ciclo ao máximo, curta-o, sofra, chore, sorria, alegre-se, aproveito-o intensamente, certamente, ele passará!!