terça-feira, 12 de julho de 2011

Instinto racional



Oi gente,

Escrevi o texto abaixo em março deste ano, diante de tantos fins de relacionamentos que tenho acompanhado, acredito que este seja um excelente momento para postá-lo.

Uma questão de instinto!

 O objetivo deste texto é – conforme prometido- compartilhar a experiência. Muito mais do que isso, é fazer com que você não se sinta sozinha.

Ontem encontrei uma menina que descobrir ser prima de um ex. Passei quase quatro anos com o primo dela, mas acabei por achar que era tudo muito bom, ele era bonzinho, fiel, e fazia tudo que eu queria. Pois é! Não o quis. Eu tinha 18 anos quando cometi essa “burrice”. Será que foi mesmo? Será que eu queria ter uma vida “perfeita” demais, “tranquila” demais? Faltava paixão?!!!

Tem quatro anos que meu noivado chegou ao fim, vale ressaltar, com apartamento já comprado. Até hoje sinto falta da minha segunda família (sogra e cunhada, em especial). Criamos vínculos, temos e deixamos o pacote completo. Aí quando encontro alguém que não vejo há muito, é inevitável a pergunta: - E aí? Casou? Teve filhos??  É como se “nascer, crescer, reproduzir e morrer” fossem realmente as realizações da vida.
Já acostumei e não estresso mais em responder que preferi continuar solteira a fazer a escolha errada.
Acredito que a nossa geração vai fazer história. A independência da mulher foi conquistada há tempo, mas agora estamos mudando os conceitos dos relacionamentos.
Quantas mulheres você conhece que permanecem solteiras e têm mais de 25 anos?
Meu ex- noivo tornou-se um grande amigo. Engraçado perceber que nós dois estamos melhores agora, fizemos a escolha certa. Só pra ilustrar, o momento do filme Comer, Rezar e Amar que mais me chamou a atenção é quando ao relutar em acabar uma relação fadada ao fracasso o galã diz que é melhor ser infeliz na certeza de estarem perto, de estarem juntos, do costume ou algo do tipo. E é bem isso que fazemos muitas vezes em relacionamentos.
Não precisa ter bola de cristal e nem ser adivinha para perceber quantos relacionamentos realmente fazem bem aos dois.
Tenho um grande amigo que já foi casado e tem uma filhinha, e me apoiou bastante quando desisti de casar. Na época, pensava muito no papel social e nos filhos que eu desejava ter. Atualmente, penso que no dia que eu realmente quiser ter um filho, não importará se esta pessoa será meu marido até os fins dos dias e, sim, se ele será um bom pai. Agora este mesmo amigo está sofrendo pelo fim de uma relação que, sem medo de errar, não daria certo. A questão é que o ser humano é naturalmente resistente à mudança e, para completar, possui um sentimento de posse aflorado. Além de não gostar de rejeição. É aquele velho dilema: Quando você não quiser mais, ele vai te querer. O grande problema é que você não consegue fingir que não o quer mais, você realmente não vai querer. E é bem neste momento que ele ficará insano por não TER.  Isso não tem nada com dar ou não certo.
Essa história de que os opostos se atraem é a maior lenda que pode existir. Nenhum relacionamento dará certo se você é extremamente diferente do outro. As pessoas não mudam e, se o fazem, deve ser de dentro pra fora. Não será por pressão externa. Olhe para a pessoa com quem você se relaciona hoje. Olhe para os seus amigos e para as pessoas com quem você tem melhor relação. Projetos de vida semelhantes, mesmos gostos, vontades, metas e desejos. É claro que você não precisa ser igual, mas pelo menos ter coisas, de preferência muitas, em comum.
Imagine um grupo de forró num show de rock pesado? Imagine-se vestindo um casaco de frio nas ladeiras de Olinda?Imagine um torcedor do Sport na torcida do Náutico? Imagine uma pessoa que odeia verdura comendo salada? Pronto!!! É mais ou menos isso que é a cara de um relacionamento quando as pessoas são muito diferentes.
O mais interessante é que parece que os “apaixonados” não percebem de pronto. Ou estão tão acostumados e se prendendo aos padrões, coisas já construídas, qualquer desculpa conveniente, que jamais cogitam a possibilidade de acabar. Que tal irem viver suas vidas? Serem felizes? Continuarem amigos, apenas!
Na fase terminal do meu noivado, coincidindo com a mudança de emprego, estava 15 kg mais pesada do Olinda Beer em que nos beijamos. Estava com doenças diversas causadas pelo estresse e ainda assim queria casar. Hoje, possivelmente, estaríamos nos agredindo verbalmente aos domingos quando ele fosse para o boteco, beber com os amigos, e eu tivesse que cuidar sozinha das crianças. Ah! Mas estaria casada!!! Será que é isso que você quer para o resto da sua vida?
Começar um relacionamento é sempre algo tão bom, tão fácil. O lema deveria ser: Ficaremos juntos enquanto estivermos nos fazendo bem. E não para sempre. Se estiverem se fazendo bem, será para sempre. É muito ruim e complicado acabar relacionamento, isso é um fato. Do mesmo jeito que é ruim mudar de emprego mesmo que você queria muito. Mudar é complicado, mas reaja. Busque sua felicidade, não se acomode.

Certo, você é mulher, escolheu estar solteira, é independente, tem muitos amigos, e muitos interessados, mas nada que você ache que realmente vale à pena. Tudo estaria ótimo, você viveria sua vidinha feliz, solteira, com suas metas. Se não fosse o seu instinto...
Maslow desenhou a teoria da motivação de forma muito realista: uma pirâmide com as necessidades de satisfação num nível de escala, e, acredite, o sexo pertence à base da pirâmide. Na mesma linha que fome e sede. É uma necessidade fisiológica, básica.
Porém, não é por isso que você vai sair por aí feito uma louca. As responsabilidades espirituais e os diversos riscos envolvidos te trazem de volta à racionalidade.
Se você, assim como eu, está solteira por opção, é independente, tem amigas, vive plenamente e é exigente ao cogitar entrar numa relação... Mantenha a racionalidade na sua vida. Escolha o encontro pela companhia, pelas afinidades e não pela sua necessidade iminente de apagar seu incêndio.

Aproveito para compartilhar um texto de Ivan Martins, O amor bom é facinho, postado no FB por um amigo, super pertinente:


Então, quando decidir se envolver para valer, verifique o quanto vocês possuem em comum. Quanto tempo vocês conseguirão ficar a sós e compartilhar coisas, e se divertirão em fazer coisas juntos. Não tenha pressa, deixem que falem. Seja uma solteira feliz, curta sua fase de vida, assim poderá escolher, caso queira, alguém para sua vida. Aí, quando isso acontecer, compense!  Sinta o toque, o cheiro, o abraço, as carícias, o desejo, ame muito. :)

beijinho

Um comentário:

Mateus Jeconias disse...

Belo texto, moça!
Concordo com quase tudo!

Parabéns!