Os paredões da vida!

É engraçado como consigo chorar até com os paredões do BBB. Apesar de ser um programa que não agrega muito, costumo assistir aos dias de paredões e, normalmente, choro.

Não que eu seja uma boa referência quanto a chorar. Choro até com novela, imagina em despedidas. Como diz uma amiga minha, eu transpiro emoção. Sentimentos exagerados e aflorados exalam pelos meus poros!

Comparo os paredões aos relacionamentos normais. O choro dos que ficam na casa é verdadeiro, talvez não seja um choro de amor eterno, mas é o choro da perda da companhia; da estabilidade; da rotina; do costume. E não é isso que acontece tantas vezes conosco?

Não que Maria seja ou vá se tornar a melhor amiga de Talula, não que Maurício vá visitar o gago em Salvador. Apenas naquele momento eles eram seus companheiros, dividiam angústias, alegrias e compartilhavam muitas coisas. Talvez nem se falem mais ou não se vejam com freqüência em um ano, isso não apagará o que viveram juntos e, nem tornará falso o choro do momento.

Visto ainda de outra forma, o jargão é “vá e arrase”. Sair dali significa a abertura de novos caminhos e novas oportunidades. E não é assim quando mudamos ou quando deixamos ir?!  Ainda assim relutamos em nos despedir, a despedida é sempre dolorosa, mesmo que seja o melhor a fazer. E aí lembro a música de Maria Rita: “Tem gente que vai e quer voltar, tem gente que chega pra ficar”. Seja como for, chorar é natural.

Pense na sua vida e avalie seus paredões: O final da faculdade; a troca de emprego; a mudança de bairro/cidade/estado; o final de um relacionamento; a despedida dos entes queridos pelo desenlace; um curso de formação; ou qualquer outro momento em que você precisou ir ou deixar ir... Seus paredões acontecem e acontecerão!

A Lista

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Que bom que os “vida inteira” sobrevivem e sobreviverão!!